Uma holding patrimonial é uma empresa que opera com o propósito exclusivo de gerenciar os ativos imobiliários de seus acionistas. As vantagens associadas a esse tipo de estrutura incluem benefícios fiscais, bem como uma abordagem mais eficaz e simplificada para o planejamento sucessório.
Em resumo, uma holding patrimonial é uma empresa formada com o propósito de gerenciar os bens de um grupo de pessoas. Esse modelo empresarial é composto pelo patrimônio dos sócios, que transferem seus bens imóveis para a holding, a qual os administra e protege.
Apesar de inicialmente parecer um processo peculiar, a criação de uma holding patrimonial proporciona diversas vantagens aos participantes, incluindo benefícios tributários, uma vez que as taxas são inferiores para pessoas jurídicas.
Além disso, há outras razões que justificam a formação de uma holding patrimonial e diferentes configurações desse tipo de empresa, assim como a existência de outros tipos de holdings. Para obter mais informações sobre esses tópicos, consulte este artigo.
O que é holding patrimonial?
Holding patrimonial é uma empresa aberta exclusivamente para administrar os bens imóveis de um grupo de pessoas, que são os indivíduos que compartilham a sociedade desse negócio.
Holding é um termo derivado do verbo em inglês “to hold”, o qual, na tradução para o português, significa “segurar”, “manter”, “reter”, “possuir”.
Seguindo essa definição, é possível entender que uma holding patrimonial é uma sociedade empresarial que tem controle sobre algo. No caso, sobre os bens imóveis e patrimônios que, até então, estavam em nome de pessoas físicas.
Esse modelo de atuação se iniciou no Brasil em 1976, com a Lei das Sociedades por Ações n° 6.404, na qual, em seu artigo 2, § 3°, determina:
“A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais”
O que configura uma holding?
Configura-se uma holding uma empresa que não pratica operações comerciais, ou seja, ela apenas administra o patrimônio que está sob o seu poder.
As holdings possuem na sua composição ativos de outras companhias, isso quer dizer, ações, títulos, imóveis, direitos autorais, patentes, marcas registradas e diversos outros bens pertencentes a esses negócios e/ou aos seus sócios enquanto pessoas físicas.
No caso da holding patrimonial, para que os bens particulares desses indivíduos sejam administrados, é feita a integralização de Capital Social, que é a entrega oficial de algo para a formação de uma empresa.
Na prática, quer dizer que esses patrimônios imóveis deixarão de ser de uma pessoa física, e passarão a pertencer a uma pessoa jurídica, que é a holding constituída por esses proprietários.
Quais são os tipos de holding?
Mas além da holding patrimonial, é interessante que você saiba também que existem diferentes tipos de holding, tais como:
- holding pura: criada para exercer apenas o controle e a participação em outras empresas;
- holding mista: somada à atividade de holding, também realiza tarefas pertinentes a comércio e prestação de serviços;
- holding de participação: tem participação societária sem exercer controle sobre a companhia;
- holding de controle: tem participação e cotas suficientes para conquistar o controle societário do negócio.
Quais as vantagens da holding patrimonial?
O principal objetivo de uma holding patrimonial é facilitar a gestão de bens imóveis e conquistar benefícios fiscais. Por conta disso, essa estratégia é bastante indicada para empreendedores que têm um robusto patrimônio a ser administrado.
Esse propósito gera inúmeras vantagens, entre os que mais se destacam estão a redução tributária e um melhor planejamento sucessório.
1. Redução tributária
Uma questão que se destaca bastante quando se opta pela criação de uma holding patrimonial é que a receita gerada em uma administração jurídica de imóveis sofre tributos menores que as cobradas de pessoas físicas.
Quando se abre uma empresa para compra e venda de imóveis, bem como para o recebimento de aluguéis, os impostos praticados são diferentes dos determinados quando isso é realizado de forma particular.
Por exemplo, a alíquota de imposto sobre o aluguel recebido por uma pessoa física pode chegar a 27,5% sobre o valor total desse pagamento. O mesmo aluguel, para uma pessoa jurídica (empresa) que opera pelo Lucro Presumido, sofre alíquotas que vão de 11% a 14%.
Isso quer dizer que a margem de lucro com essa atividade acaba sendo bem maior do que quando realizada sem abertura de uma empresa.
Aqui, é preciso destacar um ponto bem importante. Todo esse processo é feito sob elisão fiscal, que consiste na redução do pagamento de tributos de acordo com as determinações legais e sem configurar sonegação de impostos.
Isso é possível porque há alternativas previstas nas leis, a exemplo da criação de uma holding patrimonial, que permitem a atuação dessa forma.
2. Melhor planejamento sucessório
A holding patrimonial também gera mais segurança a todos que estão relacionados, de alguma forma, com os bens administrados.
O motivo é que é possível determinar previamente como será realizada a divisão dos patrimônios se o titular falecer. O mesmo princípio é utilizado em situações de doações de cotas.
Quanto a isso, há também uma vantagem tributária, que é a possibilidade de realizar o pagamento Imposto de Transmissão de Causa Mortis e Doação, ITCMD, já na elaboração do planejamento sucessório, condição que evita uma série de transtornos na hora de fazer a transferência de bens e de cotas.
Qual a diferença entre uma holding patrimonial e uma holding familiar?
Como explicado logo no início deste artigo, uma holding patrimonial é uma empresa criada com o principal objetivo de receber, gerenciar e administrar bens imóveis de pessoas físicas, tudo isso em uma estrutura societária.
A holding familiar segue um propósito semelhante, reunindo os bens e direitos de uma família em uma organização empresarial.
Em outras palavras, consiste na abertura de uma empresa por membros de um mesmo grupo familiar, com o propósito de administrar os patrimônios que têm enquanto pessoas físicas.
Como funciona a holding familiar?
Na maioria dos casos, a holding familiar é uma sociedade limitada, LTDA, na qual os bens dos sócios (pessoas da mesma família) são integralizados como Capital Social. Dessa forma, ficam protegidos de disputas entre pessoas físicas.
Entre as principais vantagens de uma holding familiar estão:
- melhor administração do patrimônio;
- aumento da proteção dos bens em casos de casamento e separações;
- aprimoramento do planejamento sucessório;
- redução dos impostos pagos sobre os bens e suas receitas.
Qual é o faturamento de uma holding?
É preciso ter em mente que um holding não visa, obrigatoriamente, gerar faturamento.
Como já mencionado, essas empresas não realizam operações comerciais. Sua formação, a exemplo da holding patrimonial e familiar, se limita a administrar os patrimônios que estão sob a sua custódia.
Porém, por estarem administrando os bens como pessoas jurídicas, a tendência é que haja a redução dos custos provenientes com pagamento de impostos, o que acaba resultando em lucros maiores, especialmente no que se refere à gestão de aluguéis.
Como abrir uma holding no Brasil?
Para abrir uma holding no Brasil é preciso seguir o mesmo caminho de abertura indicado para qualquer outro modelo de negócio.
Na prática, quer dizer que é preciso saber como abrir empresa, o que inclui pontos como escolher o regime tributário, o regime jurídico, elaborar o Contrato Social, registrar a companhia junto aos órgãos responsáveis etc.
Quanto ao tipo de sociedade empresarial de uma holding, ela pode ser Sociedade Limitada ou Sociedade Anônima.
Sobre o regime de tributação, é bem importante destacar que esse modelo de negócio não pode ser optante do Simples Nacional.
Apesar de esse regime contemplar companhias que faturam até R$ 4,8 milhões, o motivo dessa limitação é que ele não abrange atividades relacionadas à compra e venda de imóveis, o que, consequentemente, veda a administração desses bens.
Assim, uma holding pode operar pelo Lucro Real, caso tenha receita bruta anual superior a R$ 78 milhões; ou pelo Lucro Presumido, para faturamentos de até R$ 78 milhões ao ano.